Com certeza hoje foi a sexta-feira mais linda do ano. A começar pela manhã. O sol já nasceu sorrindo pro mundo, abraçou cada um com seus raios calorosos, luminosos, sem precisar desejar bom dia. As nuvens finas feito linhas brancas e suaves acompanhavam a música que vinha de onde não sei e dançavam junto, no mesmo movimento solar, no mesmo ritmo do vento. A tarde se fez igual, cheia de encanto às cinco horas, a lua cantando pro sol dormir e o sol louvando a chegada dela entre os galhos secos de arvores centenárias, num infinito aveludado de tons azuis claros e escuros, entrelaçados, aquarelados, como se fossem um só, fazendo eu me sentir parte de um cenário de contos.
E a lua cantou, encantou e abençoou a noite mais bonita das trezentos e quarenta e seis noites noites, restando apenas dezenove, que possam ser mais belas ou mais umas entre hoje.
Seu luzeiro era tão grande que as luzes dos postes não se faziam necessárias, tavam ali só pra competir brilho, sabendo que o podium já tinha lugar.
E as pessoas? Ahhh! Compunham o mais lindo cenário noturno central já visto pelas minhas retinas. Parecia um grande desfile de pavões que andavam de acordo com os acordes, cada um com suas penas mais bonitas e bem cuidadas, estampadas no corpo como se fosse um prêmio. Tinham no rosto a melhor alegria que encontraram e se abraçavam como se hoje fosse a última noite, e fizeram dela um baile cheio de graça e cor. Do jeitinho que tem que ser.
E eu li em todas as estampas de gargalhadas e tecidos que hoje é sexta-feira. Linda sexta-feira. Do jeitinho que tem que ser. E é, e foi.