danielle a.

Uma frota de Audi blindados. Paredes bem pintadas de branco. Sanitários novos. Oitocentos quilos de gelo. Comida Kosher. Treze pessoas. Cem meias-calça. Cem esponjinhas para pó facial e muitos, mas muitos batons.
Isso é apenas um tercinho das singelas exigências de Madonna para cantarolar suas músicas pros seus fans brasileiros.
Tá, tá bom. Eu sei que ela é a rainha do pop. Mas que seja. Sendo rainha do pop, do funk ou do brega, essa pequena listinha me parece um tanto quanto exagerada, não acham? Tudo bem, o Rio de Janeiro é violento e poderia ser que acontecesse um atentado à essa ilustre celebridade loira (vai saber o que Zé pequeno anda planejando por aí), e até se explicam as blindagens.
Mas acredito que no Copacabana Palace as paredes não estejam tão sujas de grude, nem que os sanitários estejam velhos demais para serem usados. Moramos num país tropical sim, mas nada que um bom banho não resolva ao invés de oitocentos quilos de gelo - essa foi a única explicação que eu achei pra tanto gelo, já que as bebidas alcoolicas também estavam proibidas.
E, incrivelmente, a rainha negou a famosa comida brasileira, trazendo sua equipe especial de cozinheiros para preparar uma tal de comida kosher, típica dos adeptos à Cabala, que eu nunca saberia que existia no mundo se não fosse a vinda da loira ao Brasil. Nem se Saci-pererê desse sua perna perdida à Madonna, ela precisaria de cem pares de meia. Por mais espinhas que ela tivesse, duas esponjinhas para pó seriam suficientes pra emassar o rosto de qualquer cidadã dermatologicamente problemática. E por último o maior dos absurdos: poupar a voz pra cantar ainda vai, mas fazer uma lista com apenas treze pessoas que tem carta branca pra dirigir a palavra a popcincostars é demais. Treze pessoas da sua equipe e nada mais. Nada de cariocas, nada de paulistas, nada de brasileiros!
Nada de brasileiros, que fanaticamente se tietaram por horas na frente do hotel esperando um little goodbye da estrela que mostrou, da varanda do hotel, a mais linda vista do mar da praia de Copacabana ao seu filho e não fez a menor questão de mover seu globo ocular pra olhar pra baixo e dar um sorrisinho que fosse, já que o tchau tava difícil de sair. Mas nem tchau, nem sorriso, nem uma estirada de dedo. Nada.
Quer saber o que eu acho disso? Acho é pouco. Os brasileiros deveriam deixar de ser bestas, pelo menos uma vez, se é pedir demais. Ser fã é bom. Mas se até o céu tem limite, estrelismo também tem.E aceitar tudo isso pedindo bis é dose. E de absinto.
Esse tipo de atitude de Madonna só mostra o quanto ela não tá muito preocupada com seus fans não e sim com o cachezinho light que ela vai receber no final do show, que provavelmente só dê pra pagar a conta de água, luz, internet e comprar um pen-drive na 25 de março pra Lourdes Maria salvar seus trabalhos do powerpoint.

Beijomeliga, Madonna.